O mundo actual gira à volta da crise. Uma crise que se foi instalando e alastrando. A economia quis governar o planeta e falhou, falhou redondamente. Os homens de negócios não são políticos e quando tiveram a ilusão que o eram e que tudo circularia á sua volta tombaram irremediavelmente, atirando as feras aos políticos. A grande falha do século XXI, termos muitos e maus políticos, alguns que se atreveram-se a ser homens de negócios e o resultado foi mais uma catástrofe. Derrocada sobre derrocada, a crise é a realidade em que vivemos.
A política é uma ciência não é um divertimento.
A economia é uma ciência não é uma negociata.
Uns divertem-se na política, outros regateiam-se na praça.
A batotice deu no que deu.
E agora?
Agora a preocupação profunda é perceber que isto não é uma crise séria. Nada pode ser sério na ausência de seriedade. O José, o Paulo, o Francisco, o Jerónimo ou outros, quer sejam ministros, deputados ou presidentes não me interessam enquanto pessoas, interessam-me enquanto políticos, interessam-me enquanto responsáveis de um País que se comprometeram a honrar, defender, governar, julgar. Interessam-me a nu, sem maquilhagem, sem pose, sem carnaval, sem desfile de fantoches.
Vemo-nos vestidos de cores desbotadas, feitos palhaços pobres onde os risos se transformam em amargos de boca e as lágrimas esborratam a pintura.
A banda da minha terra todos os Domingos à saída da missa tocava sempre o mesmo refrão mas de muito boa qualidade.
É disso que o povo gosta, simples, honesto, limpinho e de qualidade. A minha avó chamava-lhe “estar-lhe na natureza”, quando falava de uma pessoa de carácter.
Esta crise vai muito para além da produção e do consumo fixando-se em valores que foram completamente desprezados, substituídos por outras coisas que ninguém sabe classificar mas que abarcam a falta de escrúpulos, o salve-se quem puder, mentir com quantos dentes se tem, em nome não sei de que honra mas sei que séria não é.
Se calhar isto tudo é mesmo crise…e séria.
Por: Joana Afonso