Domingo, 15 de Fevereiro de 2009

 

Pero Vaz de Caminha escreveu um texto que é considerado, justamente, uma das jóias da literatura portuguesa "Carta do Achamento da Terra de Vera Cruz", que é como quem diz, a informação mandada ao rei de Portugal a dar a notícia da descoberta do Brasil.

Nasceu no Porto em 1437, no seio de uma família pertencente à classe média letrada.

Seu pai exercia as importantes funções de mestre da Balança da Moeda dessa cidade, funções que, a seguir, foram exercidas por Pêro Vaz de Caminha, depois de 1476.

Após diversos serviços prestados à coroa, Pero Vaz de Caminha tornou-se, sucessiva-mente, cavaleiro dos reis D. Afonso V, D. João II e D. Manuel.

Em 1497, Pero Vaz de Caminha foi incumbido pela Câmara do Porto de redigir os capítulos a apresentar às cortes, que se realizariam em Lisboa, no ano seguinte. Tal incumbência prova o prestígio político e social, bem como o reconhecimento da competência literária do autor da.

Não admira, pois, que tenha recaído em Pero Vaz de Caminha a escolha para escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral, que em 1500 descobriria o Brasil.

A sua celebridade ficou a dever-se, precisamente, a essa carta, datada de 1 de Maio de 1500, endereçada ao rei D. Manuel a comunicar a descoberta da nova terra. A Carta de Pero Vaz de Caminha é um documento essencial e particularmente interessante de um momento ímpar da História e da Cultura portuguesas, e, como tal, um paradigma da literatura de viagens do Renascimento e da cultura nova, de base experimental e tendência crítica.

Trata-se, efectivamente, de uma verdadeira carta-narrativa, onde descreve a geografia, a fauna, a flora do novo território, a aparência e a psicologia dos índios (que descobriu nos oito dias de convivência com os nativos), os métodos e experiências de contacto dos portugueses e as reacções mútuas, naturalmente a partir de uma "perspectiva etnocêntrica".

A preocupação com a «salvação» religiosa da população nativa é típica deste período, na medida em que os portugueses de então associavam à grandiosidade dos seus empreendimentos a expansão da fé cristã. É a mesma concepção providencialista da História portuguesa que encontramos em Os Lusíadas, de Luís de Camões.

A expansão era encarada, como o alargamento da civilização e da cultura mas também da fé cristã. A Carta do Achamento do Brasil é, por isso, um documento fundamental para a compreensão do Renascimento português. A imposição de uma nova civilização, de uma nova cultura e de uma nova religião sobre os povos dominados nem sempre se fez de uma forma pacífica. Várias vezes deu origem a conflitos, que fizeram vítimas.

Uma dessas situações provocou a morte a Pero Vaz de Caminha, ainda no ano de 1500, quando os Mouros a mando do Samorim de Calecute, o assassinaram juntamente com os outros portugueses que estavam na feitoria portuguesa daquela cidade indiana.

 

por: Viajando no tempo



publicado por circular às 11:23
A cada momento passa por nós uma onda de imagens que nos faz circular pelo mundo. E nós somos do círculo, pois circular é viver.
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